Lendo A primeira
mulher, do escritor Miguel Sanches Neto, fica-se na dúvida se é um romance
policial, uma história de amor, uma crônica ou um romance filosófico. Na definição
do autor, o livro é um romance “quase policial”. Então eu poderia afirmar que é
também quase história de amor, quase uma crônica ou um romance quase
filosófico. O importante é que, ao terminar a leitura, conclui-se que o livro é
tudo isso e, o que é melhor, sem clichês.
O narrador é Carlos Eduardo, um professor solitário de 40
anos, perdedor incorrigível de relógios e guarda-chuvas, que fugiu do clichê da
família burguesa (casa, família, paternidade) e abraçou outro, o clichê da
suposta liberdade plena do isolamento e de “casinhos” com alunas bem mais
novas. O suspense começa quando entra em cena sua ex-mulher, Solange, agora
casada e bem sucedida, cujo filho desapareceu misteriosamente.
Agora transformado em detetive, Carlos Eduardo não busca a
verdade e a justiça, mas sim reconstituir o seu passado a partir da investigação
da sua intimidade e da sua ex-amada. A primeira
mulher, publicado em 2008, é a prova da qualidade da literatura brasileira contemporânea
que tem Miguel Sanches Neto como um dos seus expoentes. Vale a pena ler!
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