Depois de um bem sucedido romance
de estreia, Método prático de guerrilha (2010),
o escritor e editor paulista Marcelo Ferroni resolveu fazer uma incursão pelo
romance policial com Das paredes, meu
amor, os escravos nos contemplam (2014). O livro é “bonzinho”, mas não vá
esperando algo parecido com Agatha Christie. Eu diria que a história está mais
para as aventuras de “Scooby-Doo”. Ferroni peca pelos lugares-comuns e
situações sem explicação, sem “liga”.
Humberto Mariconda é um escritor
estreante que vive a procura de uma resenha favorável ao seu livro. Numa certa
ocasião, num restaurante japonês, conhece Júlia Damasceno, jovem, mimada e que
não manifesta o menor interesse por Humberto e seu livro recém-publicado. Mesmo
assim, por persistência dele, se envolvem, ficando Humberto sempre no encalço
dos porres da jovem ricaça. Surpreendentemente (e aí vem uma passagem sem “liga”),
a jovem o convida para passar um final de semana na fazenda da família.
Reunida a família Damasceno, o
cenário para um crime se forma. E ele acontece: o patriarca, Ricardo damasceno,
é encontrado morto. O que poderia evoluir para um romance de Agatha Christie
vai em direção às aventuras de “Scooby-Doo”. Em meio a lugares-comuns, como
Luzes que se apagam repentinamente, tempestades com raios e trovões, rangidos
no teto, passagens secretas e paredes falsas, empregados suspeitos e deduções à
Sherlock Holmes manco, Ferroni discute
temas como ganância e ciúmes enquanto tenta descobrir quem é o assassino.
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