Não costumo ler livros
infanto-juvenis por não gostar da linguagem muitas vezes politicamente correta.
Gosto de uma literatura transgressora, que tire o leitor do seu pensamento
cômodo. A coisa terrível que aconteceu a
Barnaby Brocket, décimo livro do
escritor irlandês John Boyne, publicado em 2012, veio mudar esse meu conceito. O
livro é infanto-juvenil, mas pode ser lido por qualquer um, independente da
idade. E o que é melhor: a história é capaz de tirar o leitor do seu pensamento
cômodo.
Barnaby Brocket é um garoto
australiano que teve o azar de nascer numa família que se orgulha de ser “normal”.
Seus irmãos, que o precederam, abraçaram a normalidade e foram abraçados pela
família Brocket. Já Barnaby nasceu com uma peculiaridade que o torna anormal
aos olhos dos seus pais: ele flutua. Contra a sua vontade, já que nada pode
fazer para evitar. Para evitar que o seu filho os exponha ao ridículo, os pais
resolvem manter o filho constantemente com uma mochila pesada nas costas. Até que
um “acidente” faz com que Barnaby sai voando mundo afora, inclusive por uma
fazendo de café no Brasil.
Nessas viagens, o garoto encontra
os mais variados tipos pessoas em diversas circunstâncias. Mas a pergunta que
sempre fica no ar é: o que é ser normal? Não há respostas! Jonh Boyne deixa
claro que o que é imperativo é o direito à diferença, que há espaço para todos
no mundo. Uma leitura obrigatória, mas principalmente para os jovens, que já
nascem sob o signo do preconceito. Talvez a sua leitura transforme o mundo num
ambiente melhor no futuro.
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