Publicado nos Estados Unidos em
1983, Numa fria só chegou ao Brasil
dez anos depois. Com 36 contos, não difere muito dos outros livros de contos de
Bukowski: Henry Chinaski, alter ego do autor, continua sendo o personagem da
maioria das histórias e sua acidez e pessimismo estão em todas elas, firmes e
fortes.
O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o
que faz a gente se sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama
uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se
conhecesse? Mas a gente nunca conhece.
Um escritor bêbado, que não se
enquadra nos esquemas das editoras, que vive de beber nos piores bares, com as
piores companhias e muda de mulheres com q frequência com que o sol nasce todo
dia. Esse é o personagem presente nos contos de Bukowski, tenha ele o nome do
seu ater ego, Henry Chinaski, ou não.
As únicas pessoas que sabem de piedade são as que precisam dela.
Pessimista, descrente da
humanidade e de qualquer relação social, exceção feita quando a pessoa em
questão vai fazer sexo com ele, o personagem dos contos de Bukowski carrega um
forte viés autobiográfico.
Uma fêmea raramente se afasta de uma vítima sem ter outra à mão.
A genialidade de Bukowski nos
romances não se reproduz nos contos. A fórmula se repete conto após conto. Mas
isso não quer dizer que a qualidade da sua escrita fique comprometida. Bukowski
é Bukowski e o mais banal dos seus textos merecem a atenção dos amantes da boa
literatura.
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