Em 2012, li Crônica de um amor louco, de Charles Bukowski, e não consegui
enxergar a sua genialidade nos contos do livro. Mas, como afirmei naquela
ocasião, livro tem seu tempo para ser lido, acredito que tenha lido “o velho
safado” no momento errado. Após ler Mulheres,
romance de 1978, creio que vou ter que reler Crônica de um amor louco. Como em vários de seus contos, em Mulheres Bukowski aparece como
personagem, através de seu alter ego, Henry Chinaski.
Chinaski é um escritor beberrão e
viciado em corrida de cavalos que, aos 55 anos, está a 4 em jejum sexual. Depois
de um relativo sucesso de suas poesias, a vida sexual do embriagado Chinaski
começa a mudar. E muda radicalmente! Mulheres
é uma sucessão de aventuras sexuais do escritor, onde ele entra e sai da
vida de uma sucessão de amantes dos mais variáveis perfis. A única constância é
a bagunça que ele deixa ao sair de suas vidas.
Nesse livro, a genialidade de
Bukowski aparece na forma como ele mostra o mundo (dos desajustados) como ele
realmente é, usando uma linguagem sem afetação. Com um olhar cru, Chinaski
divide com o leitor detalhes sórdidos de sua vida sexual. Por isso, Mulheres é um livro para ficar nas
prateleiras mais altas da biblioteca, mas que deve ser lido, mais cedo ou mais
tarde...
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