Em Com a morte na alma, terceiro e último romance da trilogia Os caminhos da liberdade, do filósofo
francês Jean-Paul Sartre, escrito em 1949, a guerra é uma realidade. A França
está ocupada pelos alemães em junho de 1940 e os personagens construídos no
primeiro volume, A idade da Razão, que
representam a consciência conflituosa e multifacetada da própria Europa no
segundo volume, Sursis, agora amargam
a realidade de uma França vencida e entregue aos nazistas.
O livro é o relato de três
personagens: Mathieu, um professor de filosofia num batalhão de soldados pouco
instruídos que não sabem o que fazer quando são abandonados pelo general;
Daniel, homossexual que tem como objeto de desejo um jovem poeta que tenta o
suicídio; e Brunet, comunista preso num campo de concentração, que mesmo
entregue à fome e ao abandono, não desiste das suas ideias.
A ideia principal do livro de
Sartre é mostrar que a história é mais forte do que o ideal burguês de
liberdade da cada um. E num estado de guerra em que o seu pais é invadido os
personagens percebem a necessidade de suspensão desses princípios individuais,
com a dissipação dos egos. Ao mesmo tempo em que esses mesmos personagens tomam
consciência da dignidade da resistência individual à ocupação alemã.
Complicado, não? Mas faça um esforço que vale a pena...
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