Dizer que o funk é moda, que é
pura e simples apologia ao sexo e às drogas e que não tem nada a dizer, não
passa de preconceito. As origens do funk remontam os EUA dos anos 30 e estoura,
com modificações, nos morros cariocas a partir dos anos 80. As letras são
sofríveis? São como a de muitas músicas regionais, como o forró e o carimbo.
Faz alusões ao sexo e as drogas? Faz como outros estilos musicais, inclusive o
tão cultuado rock.
É o que tenta mostrar, às vezes
de forma capenga, o documentário Favela
On Blast (2008), dirigido por Leandro HBL e Wesley Pentz. O documentário
peca ao falar apenas superficialmente sobre as origens do funk e a movimentos
como o Furacão 2000, que foi de
fundamental importância para a disseminação do ritmo para outras camadas sociais.
Mas é eficientíssimo ao fazer o que não queria: mostrar o funk apenas como um
estilo musical que faz apologia ao sexo e às drogas.
É comum as cenas bizarras de anãs
nos palcos fazendo poses sensuais ou casais simulando cenas de sexo. O
documentário, infelizmente, pratica um desserviço a um movimento já tão
bombardeado por muitos, mas que, na sua essência, não é diferente de outros
movimentos musicais, que tem música boa e música ruim. O funk, mais uma vez
como outros movimentos musicais, tem letras que refletem o ambiente em que
surgiu. Ou soaria original funkeiros falando de bois e vaquejadas?
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