Um livro que foi escrito para ser
um clássico. Essa poderia ser uma pequena definição de Trem noturno para Lisboa, terceiro romance do suíço Peter Bieri, professor
de filosofia em Berlim, que assina o livro com o pseudônimo Pascal Mercier. Considerado
um fenômeno literário, o livro já vendeu mais de dois milhões de exemplares
desde que foi lançado na Alemanha em 2004 e foi traduzido para mais de 15
idiomas. O sucesso foi tamanho que, na época, o título do livro virou expressão
idiomática em alguns países para se referir a alguém que deseja mudar
radicalmente de vida.
Raimund Gregorius é um homem
culto, de 57 anos, professor universitário que leva uma vida certinha,
previsível e monótona. Certa manhã, depois de um encontro com uma suposta
suicida, Gregorius se apaixona pela língua portuguesa e resolve pegar um trem
para Lisboa. Sua paixão aumenta quando, antes mesmo de pegar o trem, entra numa
livraria e conhece o livro de um médico português chamado Amadeu de Prado. O
médico e seu livro viram uma obsessão para Gregorius, que refaz seus passos e
aprende o português, levando o leitor para vários mundos, inquietações e
dúvidas.
Não é uma história de ação ou
suspense, mas prende a atenção do leitor com a possibilidade do inesperado,
apesar de tudo ser previsível. Confuso, não? Mas o livro é aparentemente
confuso, sem ser cansativo. Um livro que nos leva a introspecção, a meditar
sobre a nossa vida e as nossas escolhas. É um livro para quem gosta de ler, mas
é, principalmente, um livro para quem gosta de pensar.
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