Quando vi aquela imagem pela
primeira vez devia ter vinte anos ou um pouco mais do que isso. Várias pessoas
dançavam (sem muito molejo, para os nossos padrões) com os braços dobrados a
frente do corpo. No centro do grupo um senhor de cabelos brancos, olhos
apertados, vestindo terno e um sorriso ao mesmo tempo terno e radiante. Era
Nelson Mandela! Aquela imagem nunca mais saiu da minha memória e transformou-se
na mais emocionante e simbólica imagem que já vi desde então.
Aquele que é considerado se não o
maior, mas pelo menos uns dos maiores líderes de todos os tempos morreu ontem
aos 95 anos. Já era de se esperar, afinal estava com idade avançada e saúde
frágil. Mas mesmo assim é de sentir um nó na garganta por tudo o que ele
representou não apenas para o povo sul africano, mas para a humanidade, a ponto
da ONU instituir o dia do seu nascimento como o Dia Internacional Nelson
Mandela, dedicado a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia.
Nelson Mandela nasceu na cidade
de Mvezo, em 18 de julho de 1918, e transformou-se no maior líder sul africano
ao se destacar na luta contra o Apartheid,
o regime de segregação racial que vigorou na África do Sul de 1948 até
1994. Por causa das suas posições antissegregacionistas, passou 27 anos na
prisão, de onde saiu para assumir a presidência da Republica, cujo mandato, de
1994 a 1999, se caracterizou pelas medidas antirracistas. Em 1993, antes mesmos
de ser presidente, Mandela foi agraciado com o Prêmio Nobel da Paz.
O legado de Mandela para a
humanidade ficou expresso num discurso, em julho de 2008, durante as
comemorações dos seus 90 anos, em Hyde Park, Londres: "Onde quer que
haja pobreza e doença, onde quer que os seres humanos estejam a ser oprimidos,
há trabalho a fazer. Após 90 anos de vida, é tempo de novas mãos empreenderem a
tarefa. Agora, está nas vossas mãos".
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