“O sofrimento é o intervalo entre
duas felicidades”
A postagem número 500 do blog coincidiu com os cem anos de
nascimento de Vinícius de Moraes, o que me deixa muito feliz. Falar do poetinha
é falar é falar de poesia, boemia, amores, mulheres e “causos”, muitos
“causos”. Vinícius nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, e morreu
em 9 de julho de 1980, depois de nove casamentos, muito whisky, várias
parcerias musicais e centenas de poemas.
“Eu sei que vou te amar/ Por toda
a minha vida, eu vou te amar/ A cada despedida, eu vou te amar”. (Tom e Vinícius)
Poderia falar
sobre a biografia do poetinha, mas ficaria chato, e Vinícius era tudo, menos
chato. E olha que não sou fã de poesia! Então falemos sobra os “causos” e as curiosidades
da vida desse que foi um dos maiores poetas e compositores brasileiros.
“A vida do poeta tem um ritmo
diferente/ É um contínuo de dor angustiante/ O poeta é o destinado ao
sofrimento” (O poeta, poesia de
1933).
Os primeiros
poemas de Vinícius foram escritos ainda na escola, no início dos anos 20, mas o
primeiro livro só veio em 1933, O caminho
para a distância, pela editora Schmidt. Depois dele,
seriam amis de 20, reunindo sua poesia. Vinícius também escreveu literatura
infantil, música e teatro.
“A gente não faz amigos,
reconhece-os”.
O poetinha era
uma figura fácil para fazer amizades. E foram muitos, a quem tratava sempre
pelo diminutivo e tinha um ciúme doentio. Dos amigos, das mulheres e dos
parceiros musicais, que eram, basicamente, três: Tom Jobim, Baden Powell e
Carlos Lyra, o pai, filho e o espírito santo, como dizia. Até que, em 1969,
estabeleceu a parceria com toquinho, que ele dizia ser o “amém”.
“Uma mulher que é como a própria
Lua: Tão linda que só espalha sofrimento. Tão cheia de pudor que vive nua” (Orfeu da Conceição, peça de teatro de
1956, escrita em parceria com Tom Jobim).
E por falar em
mulheres, Vinícius era um especialista no assunto, casou nove vezes. A primeira
vez em 1938, com Beatriz Azevedo, com quem viveu na Inglaterra. Em 1945,
casa-se com Regina pederneiras, arquivista do Itamaraty. O terceiro casamento
foi com Lila Bôscoli, em 1951, apresentada por Rubem Braga. Sete anos mais
tarde, casou com Lucinha Proença, musa da crônica Para viver um grande amor. Para encurtar a conversa: em 1963,
Nelita Rocha; em 1969, Cristina Gurjão; em 1970, Gesse Gessy, substituída mais
tarde por Marta Rodriguez; e finalmente, em 1978, Gilda Matoso, que o
acompanhou até a morte.
“O whisky é o melhor amigo do
homem. É o cachorro engarrafado”.
Outra
especialidade do poetinha. Boêmio incorrigível, diz a lenda que ele e Baden
Powell se trancaram no seu apartamento por duas semanas, em 1962, e compuseram
20 sambas regados a três caixas de whiskies. Um dia antes de morrer, em 09 de
julho de 1980, um repórter lhe perguntou se estava com medo da morte, já que
estava com a saúde bastante debilitada. Vinícius respondeu:
"Não, meu filho. Eu não estou com medo da
morte. Estou é com saudades da vida".
Sugestão de leitura: O poeta da paixão: uma biografia, de
José Castello (Companhia das letras, 1994.
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