sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Vinicius de Moraes: 100 anos

O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades
A postagem número 500 do blog coincidiu com os cem anos de nascimento de Vinícius de Moraes, o que me deixa muito feliz. Falar do poetinha é falar é falar de poesia, boemia, amores, mulheres e “causos”, muitos “causos”. Vinícius nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro, e morreu em 9 de julho de 1980, depois de nove casamentos, muito whisky, várias parcerias musicais e centenas de poemas.
Eu sei que vou te amar/ Por toda a minha vida, eu vou te amar/ A cada despedida, eu vou te amar”. (Tom e Vinícius)
Poderia falar sobre a biografia do poetinha, mas ficaria chato, e Vinícius era tudo, menos chato. E olha que não sou fã de poesia! Então falemos sobra os “causos” e as curiosidades da vida desse que foi um dos maiores poetas e compositores brasileiros.
A vida do poeta tem um ritmo diferente/ É um contínuo de dor angustiante/ O poeta é o destinado ao sofrimento” (O poeta, poesia de 1933).
Os primeiros poemas de Vinícius foram escritos ainda na escola, no início dos anos 20, mas o primeiro livro só veio em 1933, O caminho para a distância, pela editora Schmidt. Depois dele, seriam amis de 20, reunindo sua poesia. Vinícius também escreveu literatura infantil, música e teatro.
A gente não faz amigos, reconhece-os”.
O poetinha era uma figura fácil para fazer amizades. E foram muitos, a quem tratava sempre pelo diminutivo e tinha um ciúme doentio. Dos amigos, das mulheres e dos parceiros musicais, que eram, basicamente, três: Tom Jobim, Baden Powell e Carlos Lyra, o pai, filho e o espírito santo, como dizia. Até que, em 1969, estabeleceu a parceria com toquinho, que ele dizia ser o “amém”.
Uma mulher que é como a própria Lua: Tão linda que só espalha sofrimento. Tão cheia de pudor que vive nua” (Orfeu da Conceição, peça de teatro de 1956, escrita em parceria com Tom Jobim).
E por falar em mulheres, Vinícius era um especialista no assunto, casou nove vezes. A primeira vez em 1938, com Beatriz Azevedo, com quem viveu na Inglaterra. Em 1945, casa-se com Regina pederneiras, arquivista do Itamaraty. O terceiro casamento foi com Lila Bôscoli, em 1951, apresentada por Rubem Braga. Sete anos mais tarde, casou com Lucinha Proença, musa da crônica Para viver um grande amor. Para encurtar a conversa: em 1963, Nelita Rocha; em 1969, Cristina Gurjão; em 1970, Gesse Gessy, substituída mais tarde por Marta Rodriguez; e finalmente, em 1978, Gilda Matoso, que o acompanhou até a morte.
O whisky é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado”.
Outra especialidade do poetinha. Boêmio incorrigível, diz a lenda que ele e Baden Powell se trancaram no seu apartamento por duas semanas, em 1962, e compuseram 20 sambas regados a três caixas de whiskies. Um dia antes de morrer, em 09 de julho de 1980, um repórter lhe perguntou se estava com medo da morte, já que estava com a saúde bastante debilitada. Vinícius respondeu:
"Não, meu filho. Eu não estou com medo da morte. Estou é com saudades da vida".



Sugestão de leitura: O poeta da paixão: uma biografia, de José Castello (Companhia das letras, 1994. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário