O filme Colegas (2012), do diretor Marcelo Galvão, tem seus pontos baixos,
como a narração em tom de fábula, de Lima Duarte, o que contrasta com a
linguagem utilizada pelos personagens, que são diálogos que refletem a
realidade das ruas. Essa indecisão
poderia prejudicar o desenvolvimento da trama. Mas não é o caso. Um outro ponto que poderia ser negativo no
filme é o fato de usar três atores com Síndrome de Down como protagonistas, o
que poderia parecer apelativo, mas o diretor soube conduzir o filme de forma a
tirar essa impressão.
Três amigos com Síndrome de Down,
Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) fogem do
instituto em que viviam e começam uma sucessão de aventuras, misturando
celulares com gírias antigas, carros de épocas variadas e referências a
diversos filmes, como Thelma &
Louise. Um acerto do filme é fugir do politicamente correto, como no caso
dos detetives Portuga e Souza, que sempre se referem aos fujões como
“retardados”.
Um filme com altos e baixos,
alguns equívocos e muitos acertos. Numa época em que a palavra mágica é
“inclusão”, Colegas deixa essa tarefa
por conta dos próprios portadores de necessidades especiais. Não é um filme
imperdível, é apenas um filme que se pode assistir.
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