Sétimo livro de J. M. Coetzee,
lançado em 1990, A idade do ferro é
uma longa carta de uma mãe sul-africana para a sua filha, que auto exilou na
América. Nela, Mrs. Curren fala para a filha como é viver num país sob o regime
do Apartheid, onde impera a violência
desmedida entre brancos e negros. Com uma doença terminal, a velha senhora
conhece, no dia em que o médico lhe informa que lhe resta pouco tempo de vida,
Vercueil, um sem teto que procura seu jardim para se abrigar.
Vivendo num mundo hostil,
Vercueil e Mrs. Curren desenvolvem uma relação de amizade intensa, através da
qual os dois vão procurar abrigo e fugir dos seus medos. Tendo como pano de
fundo uma sociedade extremamente desigual, seja por questões raciais ou
sociais, os dois personagens mostra ao leitor que é possível haver amor ao
próximo, que a raça ou a comdição social não põe as pessoas em lados
antagônicos.
Porém, como em todos os romances
de Coetzee, não espere palavras pungentes ou lirismo. As mensagens que Coetzee
nos passa vem através de uma escrita crua e cirúrgica, de uma sobriedade cruel,
chegando a agredir o leitor mais sensível, mas tirando-o da indiferença. Uma
leitura recomendada sem reservas...
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