Na última terça, Philip Roth, o
maior escritor americano vivo, completou 80 anos. Para comemorar a data, foi
lançado o documentário Philip Roth:
Unmasked, dirigido por Lívia Manera e Willian Karel e fruto de 15 horas de
entrevistas, feitas entre 2010 e 2012, com amigos de infância, celebridades e
escritores como Jonathan Franzen e Nicole Krauss. É de se estranhar que o
escritor, que sempre teve um comportamento reservado e evitou os holofotes,
tenha concordado com a produção do documentário. Mas, segundo ele, é melhor
fazer agora enquanto está vivo, pois assim pode exercer certo controle sobre
sua história.
O escritor vivo que mais prêmios
literários ganhou, mas ignorado pelo Nobel, Roth escreveu mais de 30 livros, a
maioria com temática relacionada ao judaísmo. Mas o seu mérito está em usar
essa temática para se aprofundar em temas universais. É o caso de Fantasma sai de cena, onde conta a
história de um velho escritor judeu que retoma o desejo sexual depois de anos
de isolamento, quando fugiu da cidade após os atentados de 11 de setembro de
2001. Ou em Complexo de Portnoy, quando
Roth usa um personagem judeu para falar dos tormentos a que qualquer homem
moderno está exposto, como as pesadas expectativas sociais e morais, passando
pela questão sexual.
“Eu não adoro me
ver descrito como um escritor judeu-americano. Eu não escrevo em judaico. Eu
escrevo em americano”, afirma Roth no documentário. Sou fã confesso de
Roth e lamentei profundamente quando ele anunciou sua aposentadoria no ano
passado. Não li todos os seus livros, mas tenho essa intenção e já os coloco (os
lidos e os ainda por ler) na estante dos clássicos. No aniversário de Roth,
quem está de parabéns é o leitor que descobriu a sua genialidade.
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