Não sou muito fã de cinema, mas
se tiver que assistir que seja, não necessariamente, mas de preferência,
nacional. Não por chauvinismo, mas por acreditar que o filme nacional está mais
próximo da nossa realidade, sem espetáculos de tiros nem perseguições mirabolantes.
No sábado a noite assisti A casa de Alice
(2007), do carioca Chico
Teixeira, seu primeiro longa de ficção, já que é mais conhecido como
documentarista. O filme é um retorno do diretor ao ambiente familiar, tema já
abordado por ele no documentário Carrego
comigo, sobre irmãos gêmeos.
O núcleo do filme é o ambiente
familiar de Alice (Carla Ribas), composto por ela, seu marido, Lindomar (Zé
Carlos Machado), seus três filhos e sua mãe (Berta Zemel). Num ambiente de
classe média baixa, com orçamento apertado e afeto quase escasso, todos os
personagens guardam seus segredos que aos poucos vão se revelando. No caso de
Lindomar, meninas bem jovens. No caso de Alice, um antigo amor, Nilson (Luciano
Quirino), que agora aparece casado com uma cliente de suas clientes.
Os filhos do casal, todos
dependentes economicamente, também escondem seus segredos. O mais velho, Lucas
(Vinícius Zinn), é militar, machista, mas ganha uma renda extra tendo pequenos
casos com homossexuais. Edinho (Ricardo Vilaça) comete pequenos furtos na
carteira da avó. Júnior (Felipe Massuia), o mais novo e mimado, está começando
sua vida sexual. Uma crônica da classe média baixa, que não morre de fome, mas
também não tem direito a sonhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário