segunda-feira, 25 de março de 2013

Cinema nacional: A casa de Alice


Não sou muito fã de cinema, mas se tiver que assistir que seja, não necessariamente, mas de preferência, nacional. Não por chauvinismo, mas por acreditar que o filme nacional está mais próximo da nossa realidade, sem espetáculos de tiros nem perseguições mirabolantes. No sábado a noite assisti A casa de Alice (2007), do carioca Chico Teixeira, seu primeiro longa de ficção, já que é mais conhecido como documentarista. O filme é um retorno do diretor ao ambiente familiar, tema já abordado por ele no documentário Carrego comigo, sobre irmãos gêmeos.
O núcleo do filme é o ambiente familiar de Alice (Carla Ribas), composto por ela, seu marido, Lindomar (Zé Carlos Machado), seus três filhos e sua mãe (Berta Zemel). Num ambiente de classe média baixa, com orçamento apertado e afeto quase escasso, todos os personagens guardam seus segredos que aos poucos vão se revelando. No caso de Lindomar, meninas bem jovens. No caso de Alice, um antigo amor, Nilson (Luciano Quirino), que agora aparece casado com uma cliente de suas clientes.
Os filhos do casal, todos dependentes economicamente, também escondem seus segredos. O mais velho, Lucas (Vinícius Zinn), é militar, machista, mas ganha uma renda extra tendo pequenos casos com homossexuais. Edinho (Ricardo Vilaça) comete pequenos furtos na carteira da avó. Júnior (Felipe Massuia), o mais novo e mimado, está começando sua vida sexual. Uma crônica da classe média baixa, que não morre de fome, mas também não tem direito a sonhos. 

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