A notícia não é boa para quem
gosta de literatura. Principalmente da BOA LITERATURA. O escritor americano
Philip Roth, em entrevista à revista francesa Les Inrockuptibles, anunciou que a novela Nêmesis, lançada em 2010, foi seu último livro. O escritor contou
que nos últimos cinco anos, sentindo que “não tinha mais muito tempo”, resolveu
reler os autores que o influenciaram (Hemingway, Conrad, Dostoiévsky), como
também toda a sua obra em ordem inversa, para saber se “escrever tinha sido uma
perda de tempo”. A conclusão de Roth é a mesma dos seus leitores: foi um êxito.
É uma pena a decisão de Philip
Roth, mas talvez ela tenha sido motivada pelas críticas feitas aos seus últimos
romances de que os temas vinham se repetindo. Talvez concordando com elas, o
escritor tenha chegado à conclusão de que tudo o que tinha de ser dito, já foi,
e que a partir de agora ele correria o risco de ser um plagiador de si mesmo. Claro
que tudo isso são conjecturas, Roth não deixou claro as razões para a sua
decisão, apenas dando a entender que estava cansado do oficio.
Roth afirmou que vai continuar
trabalhando apenas nos seus diários e arquivos para colaborar com o jornalista
Blake Bailey, seu biógrafo oficial. Resta-nos encarar a decisão do escritor
como uma demonstração de amor ao oficio de escrever e passar a ler o que ainda
não foi lido de sua obra e reler as obras-primas que ele escreveu.
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