Amanhã é o dia do amante. Não sei
quem criou ou por que criou, mas muitos vão querer atribuir ao termo “amante”
em questão o significado de “aquele que ama”. Mas para isso já não existe o dia
dos namorados? Se não é suficiente o 12 de junho, por que não criaram o dia do
marido ou o dia da esposa? É por essas que a minha mente perversa só consegue
atribuir esse dia àquela figura que chamam de “o outro” ou “a outra”, entre
outras designações. A aplicação do gênero fica a cargo de quem ler, de acordo
com suas preferências.
A homenagem é justa, afinal essa
figura é o lado mais importante do triângulo do qual faz parte. Digo mais
importante por que é essa figura quem dá sustentação ao casamento, afinal o
cônjuge adúltero fica mais carinhoso e criativo após voltar dos seus encontros
clandestinos, seja por inspiração motivada pelo encontro, seja por peso na
consciência. É a figura mais importante por que é com ela que o cônjuge
adúltero passa seus melhores momentos, sem precisar discutir orçamento
doméstico, educação dos filhos, a relação, quem vai ao mercado, quem pega as
crianças na escola, os problemas do trabalho. Nada! Com o terceiro vértice do
triângulo, passa-se mais tempo na horizontal, o que é bem mais agradável.
Apesar da justa homenagem,
dificilmente alguém vai ver amantes comemorando em bares, restaurantes ou casas
noturnas. Só os mais descarados! Mas não se aproximem das alcovas clandestinas,
como motéis, hotéis ou carros estacionados em locais ermos. Nas proximidades
desses locais será possível ouvir sussurros, resfolegares e até mesmo gritos de
gozo. Mas o mais comum será ouvir os espocares das garrafas de champanhe. Se
não for possível comemorar no dia certo, por causa de obrigações conjugais, certamente
os amantes escolherão outra data para isso. Portanto, amantes, hoje já invente
uma viajem de trabalho, um plantão extra ou uma saída estratégica qualquer para
amanhã. Ou comemorarem o ano inteiro, o que é mais agradável.
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