Recentemente fui “convidado” para
participar de um seminário da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Entre as
discussões estava a utilização de novas tecnologias no ensino noturno. Nunca vi
tanto tempo e dinheiro perdidos em tão pouco tempo! Como discutir a utilização
de novas tecnologias se não há internet? É o mesmo que discutir estilos
arquitetônicos inovadores sem saber fazer um alicerce. E por que não temos
internet nas escolas?
A resposta está na pesquisa
divulgada nessa segunda-feira (21) pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil
(CGI.Br) que aponta que 59% dos alunos das escolas públicas brasileiras não
usam internet no ambiente escolar. Pode até parecer uma contradição com o
censo/2014 que aponta um salto no acesso das nossas escolas a internet de 47%
em 2010 para 61% em 2014. Mas não é! A escola tem internet, mas o aluno não tem
acesso a ela.
E não tem acesso a internet nas
escolas por que ela é ruim, lenta. Enquanto em países sérios e minimamente civilizados
discute-se uma internet com um mínimo de 50 mbps, aqui, nesse rincão que está
mais para curral de bovinos do que para país, em 41% das escolas ela não chega
a 2 mbps. Como discutir novas tecnologias se por essas paragens a única
tecnologia surgida em sala foi a mudança da cor do quadro, que era preto,
passou para verde e hoje é branco?
Durante o já citado seminário, os
professores foram agraciados com mais uma esmola que os governos adoram brindar
seus professores: a partir de 2016 será ofertado cursos de mestrado nas áreas
de educação física e pedagogia. Com um sorriso de satisfação (e sadismo) nos
lábios, a nossa secretária de educação ainda falou que nossos valorosos
mendigos... digo, professores, irão receber 30 diárias em janeiro e 15 em julho
para fazer seus mestrados. Isso mesmo! O sujeito passa o ano inteiro numa sala
de aula lotada, com uma carga horária escorchante e, durante as férias, vai
estudar. Se quiser!
Redução de carga horária é
assunto proibido!
E o pior é que ela foi bovinamente
aplaudida. A insensata gratidão é uma característica dos mendigos letrados e
profissionais.
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