O som da tua voz faz meu falo
adâmico sair do repouso e apontar na tua direção. Beija-me! Beija-me! O teu
hálito desperta em mim um MAR revolto de perversões, AMOR atávico à procura do
diferente. Sentimentos descontrolados que encontram uma marina para atracar. Minha
amante! Encaro teu olhar em desnível, joelhos ao chão, voz de súplica. Ama-me!
Ama-me! Ao nosso jeito, como somente verdadeiros amantes ousam amar-se. Nas
orgias entre alfarrábios, procuro-te e só nos encontramos quando estamos a sós.
Perdoo-te por me traíres, mesmo
sem pedires perdão, pois pecado não há para perdoar. De alma em alma, lapidamos
nosso prazer. Excita-me! Excita-me! Como espectador, ouço gemidos e sussurros,
corpos que se contorcem. És tu! Sinto teu cheiro nas tuas roupas despidas. Dou-te
a liberdade que deliciosamente me negas. Apanho tuas roupas e recolho-me no meu
mais recôndito prazer tomado por uma mixórdia de sentimentos: ciúmes, prazer,
desejos, dever.
Sinto a chuva que emana da tua
boca, os trovões que retumbam das tuas mãos e, sob o peso dos teus pés, o amor
incondicional se alicerça. O amor que submete, que controla, que prende. Um
amor onívoro. Graciosamente cruel, me prende em suas mãos mágicas, sob carinhos
espessos. Dai-me o amor que liberta! Entrego-me a ti, minha Vênus de máscara. Lavemos
nossos espíritos do mundo que nos limita. Habitemos nesse mundo criado por
algum deus no quinto dia do quinto mês e que só a nós pertence! Vivamos em
nosso mundo!
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