“crônica é viver em
voz alta”
Se estivesse vivo, o cronista
Rubem Braga teria feito cem anos no último sábado, 12 de janeiro. Apaixonado
por crônica, não poderia deixar de homenagear aqui no blog aquele que é
considerado o maior cronista brasileiro. Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), começou
no jornalismo ainda estudante, aos 15 anos. Em 1932, formou-se em direito em
belo horizonte, depois de ter participado da cobertura da revolução
Constitucionalista. Rubem Braga casou em 1936, mesmo ano em que publicou seu
primeiro livro, O conde e o passarinho. É
dessecasamento seu único filho, Roberto Braga.
Durante a Segunda Guerra Mundial,
acompanhou a F.E.B como correspondente de guerra do Diário Carioca, daí resultando o livro Com a FEB na Itália, lançado em 1945. Nos anos 60, junto com os
escritores Fernando Sabino e Oto Lara Resende, fundou a editora Sabiá que
lançou no Brasil escritores como Gabriel García Márquez, Pablo Neruda e Jorge
Luís Borges. Ainda nos anos 60, exerceu a função de embaixador do Brasil no
Marrocos, mas nunca abandonou o jornalismo.
Após o regresso ao Brasil,
fixou-se no Rio de Janeiro e passou a escrever crônicas e crítica literária
para o Jornal Hoje, da Globo. Como
escritor, Rubem Braga teve a característica de ter sido o único autor
brasileiro de primeira linha a se tornar famoso escrevendo exclusivamente
crônicas, que é, nas palavras do próprio escritor, “um gênero vira-lata da
literatura brasileira”. Ao longo da vida, publicou cerca de 50 livros, todos de
crônicas.
"Sempre escrevi para ser publicado no dia
seguinte. Como o marido que tem que dormir com a esposa: pode estar achando
gostoso, mas é uma obrigação. Sou uma máquina de escrever com algum uso,
mas em bom estado de funcionamento.", descreveu-se certa vez. De espírito
introspectivo, com poucos amigos, morreu sozinho, como pedira, no dia 19 de
dezembro de 1990, de parada respiratória em consequência de um tumor na
laringe.
“peixe e
hóspede, depois de três dias fedem”
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