A vigésima nona obra do americano
Philip Roth, Indignação, parece uma
história simples, onde o autor revisita temas suas obsessões habituais: a
família judaica, relação conflituosa com os pais, o moralismo típico doa anos
50, a política. Mas não é! Nas poucas mais de 170 páginas, Roth nos mostra um
retrato completo e complexo da América dos anos 50, através da vida do
adolescente Marcos Messner, pertencente à uma família judia de Newark. O título
do livro vem do permanente estado de indignação em que se encontra Messner, um
jovem inteligente, de personalidade forte e gênio difícil, que não aceita ser
confrontado em seus princípios.
A vida do jovem Messner é uma
eterna fuga: foge do pai super protetor; foge das várias situações que podem
leva-lo ao que ele mais teme: ser expulso da universidade; foge de uma convocação
para a Guerra da Coréia (consequência da expulsão da universidade); e foge do
seu maior medo: a morte (lá na Coréia). O curioso é que as decisões tomadas por
Messner para fugir dos seus medos, o levarão para onde ele não quer ir: Marcos
Messner é o narrador-defunto (ou defunto-narrador).
Philip Roth é o escritor é o
escritor vivo mais premiado do mundo, faltando-lhe apenas o Prêmio Nobel,
injustamente ainda não concedido. Infelizmente, anunciou recentemente que parou
de escrever. Alguns críticos dizem que Indignação,
com sua forma concisa, mas mas incisiva, sua escrita simples, mas profunda, é uma obra menor de Roth. Quem dera a
maioria dos escritores terem obras “menores” desse tipo no seu currículo.
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