Essa semana a MTV resolveu promover um tributo
à Legião Urbana, em São Paulo e transmitido ao vivo. A emissora juntou no palco
dois colegas de banda de Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, e
alguns músicos de apoio. A parte de dissonante foi Wagner Moura no lugar do
próprio Renato. Seria como colocar Renato Aragão para interpretar o capitão
Nascimento. Apesar da dedicação e da performance do ator, que correu pelo
palco, chorou, deitou, se jogou no chão, pulou e requebrou, incorporando os
tremeliques de Renato, algo não se encaixou. Era apenas um fã tentando
homenagear um ídolo.
Para os fãs foi uma homenagem
belíssima. Não querendo ser estraga prazeres, mesmo sendo fã da banda, mas a
coisa me pareceu mesmo uma tentativa (bem sucedida) de gerar dinheiro e
audiência para a televisão. Agora lança-se um CD e um DVD e põe no mercado. Eu
compro! Mesmo achando que a participação de Moura, apesar da coragem em
interpretar um ídolo no palco e os esforços para agradar a plateia, tenha sido
sofrível.
O DJ Zé Pedro, corrobora o que a
banda The Smiths dizia que “o que se perdeu não volta jamais”. Vão-se para
sempre as possibilidades de uma apresentação ao vivo. É verdade! E acredito que
a magia, o charme do mito (Renato russo, Cazuza, Raul) está no fato de que não
iremos nunca mais vê-los no palco. E qualquer tentativa de remake
“homenageatório” soará como uma pirataria post
mortem. Zé Pedro ainda ressalta que vivemos uma “fase do karaokê”, onde Zélia
Duncan encarna Rita Lee, Maria Rita clona Elis Regina e Wagner Moura tenta
incorporar Renato Russo. Se vivo fosse, Renato iria interpretar O capitão
Nascimento, só de raiva.
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