Os europeus dão um show de
organização na Eurocopa 2012, sediada na Polônia e Ucrânia. Estádios que mais
parecem obras de arte, munidos de muita tecnologia; conforto para o público, que
temo conforto como se estivesse no sofá da sua sala; gramados impecáveis,
capazes de resistir a temporais sem ficar encharcados; horários de jogos cumpridos
com pontualidade; transmissão de TV para todo o mundo inatacável. Em suma: tudo
perfeito, típico de um continente próspero (apesar da crise financeira que o
assola), habitado por um povo educado. Tudo perfeito? Não! Quase tudo.
O lado negativo da Eurocopa 2012
está no comportamento da torcida. Ou de pelo menos parte da torcida. Rivalidades
políticas afloram entre torcedores da Ucrânia e Rússia (ambas fizeram parte da
URSS, liderada pela segunda). Outro fato negativo é o racismo, presente, mesmo
que em minoria, em quase todas as torcidas. Antes mesmo de a bola rolar, a intolerância
já surgia no treino da seleção da Holanda na Polônia, aberto ao público, quando
jogadores negros receberam ofensas raciais. Quando o torneio começou, os alvos
passaram a ser o italiano Balotelli e o tcheco Selassie, ambos negros. Quando os
jogadores pegavam na bola, parte da torcida imitava o som de um macaco.
Felizmente, grande parte da
torcida não compactua com esse comportamento bestial. A torcida da Espanha denunciou
vinte compatriotas que xingavam Balotelli. Mas o problema existe, é inegável.
A UEFA prega tolerância zero para ofensas raciais e orientou árbitros para que
interrompam e até mesmo suspendam partidas quando se houver manifestações
racistas por partes de torcedores. Para a UEFA, as federações são responsáveis
pelo comportamento dos seus torcedores e que, em caso de comprovação de
racismo, estas poderão receber penalidades financeiras. Em caso de reincidência,
poderá haver perda de pontos. Enquanto isso, a Europa fica mais pobre... de
espírito.
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