“A pior coisa prum escritor é conhecer outro escritor, e, pior ainda,
conhecer uma penca de escritores. Um bando de moscas em cima da mesma merda”.
A minha “Lua-de-mel” com Bukowski
começou exatamente em 2014 com mulheres, romance publicado em 1978. Em 2012, li
Crônica de um amor louco, de Charles
Bukowski, e não consegui enxergar a sua genialidade nos contos do livro. Mas,
como afirmei naquela ocasião, livro tem seu tempo para ser lido, acredito que
tenha lido “o velho safado” no momento errado. Após ler Mulheres naquela ocasião, decidi que, definitivamente teria que
reler Crônica de um amor louco e ler
toda a sua obra. Foi o que fiz e agora reli.
“Eu não sei do que os outros escritores precisam, nem me interessa. Não
os leio mesmo”.
Como em vários de seus
contos, em Mulheres Bukowski aparece
como personagem, através de seu alter ego, Henry Chinaski, um escritor beberrão
e viciado em corrida de cavalos que, aos 55 anos, está a 4 em jejum sexual. Depois
de um relativo sucesso de suas poesias, a vida sexual do embriagado Chinaski
começa a mudar. E muda radicalmente! Mulheres
é uma sucessão de aventuras sexuais do escritor, onde ele entra e sai da
vida de uma série de amantes dos mais variados perfis. A única constância é a
bagunça que ele deixa ao sair de suas vidas.
“Eu era a soma de todos os erros: bebia, era preguiçoso, não tinha um
deus, ideias, ideais, não me preocupava com política. Eu estava ancorado no
nada, uma espécie de não ser”.
Nesse livro, a genialidade de
Bukowski aparece na forma como ele mostra o mundo (dos desajustados) como ele
realmente é, usando uma linguagem sem afetação. Com um olhar cru, Chinaski
divide com o leitor detalhes sórdidos de sua vida sexual através de Chinaski.
Por isso, Mulheres é um livro para
ficar nas prateleiras mais altas da biblioteca, mas que deve ser lido, mais
cedo ou mais tarde...
Nenhum comentário:
Postar um comentário