“É preciso duas pessoas para fazer alguém, e uma para morrer. É assim
que o mundo vai acabar”.
Prêmio Nobel de 1949, William
Faulkner é considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século XX,
recriando, em suas obras, a decadência do sul dos Estados Unidos depois da
Guerra de Secessão, através de personagens que vivem em situação desesperadora.
Enquanto agonizo, seu quinto romance,
publicado em 1930, é considerado um dos melhores romances da literatura do
século XX. Segundo o crítico literário norte-americano Harold Bloom, “De todos
os romances americanos do século XX, o que tem o começo mais brilhante é Enquanto Agonizo… o começo
pressagia a originalidade do livro que mais surpreende de seu autor”.
“Acho que se a única salvação de um homem é o casamento, então ele está
perdido de vez”.
Distribuído por 59 capítulos, a
história é narrada por 15 personagens diferentes, relatando a morte da
matriarca da família Bundren que, antes de morrer, manifesta seu desejo de ser
enterrada na cidade de Jefferson, sua terra natal. Começa a peregrinação da
família para atender o desejo da matriarca contada sob diferentes pontos de
vista, o que deixa transparecer vários pontos de conflitos entre os membros da
família. Todos os sentimentos são dissecados durante a travessia do condado,
mostrando que, naquela trama, não existe inocentes, nem a morta.
“A vida não foi feita para ser fácil para as pessoas: elas não teriam
razão alguma para fazer o bem e morrer”.
Anse, o patriarca, de saúde
frágil, mostra-se um chefe de família fraco na relação com os filhos e, ao
concordar em enterrar a esposa em Jefferson, demonstra estar mais interessado
em comprar uma dentadura nova do que atender ao último desejo da morta. Os irmãos
Cash (mais velho), Darl (o mais articulado e narrador de 19 dos 59 capítulos) e
Jewel (fruto de uma relação extraconjugal da matriarca com o reverendo Whitfield)
não se entendem e vivem permanentemente em conflito. Dewey Dell, a única filha
do clã, está grávida de um fazendeiro da região e seu desespero quase não lhe permite
chorar a morte da mãe. O mais novo, Vardaman, associa a morte da mãe com a de um
peixe que pescara naquele mesmo dia. “Minha mãe é um peixe”, resume.
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