“A natureza humana, tal como as batatas, não floresce quando plantada e
replantada, por uma longa série de gerações, no mesmo solo cansado”.
Nathaniel Hawthorne é considerado
por muitos críticos o primeiro grande escritor dos Estados Unidos e o maior
contista que o país já teve. É autor de inúmeros contos e oito romances, entre
outros escritos, sempre tendo a moral como tema principal. A letra escarlate, seu segundo romance, publicado em 1850, tido
como o maior romance da literatura norte-americana, é classificado pelo próprio
autor como um “romance psicológico” numa época em que ainda não se cogitava a
psicologia na literatura. E, não fugindo ao seu estilo, nesse romance há o
confronto do homem e seus pecados com a sociedade puritana em que vive. Ou
melhor, os três personagens principais vivem em permanente conflito íntimo
decorrente dos pecados que cometeram aos olhos da sociedade puritana.
“A vergonha está no ato pecaminoso, e não em seu reconhecimento”.
No século XVII, em Salem, uma
comunidade puritana colonizada pelos ingleses, Hester Prynne é execrada
publicamente e obrigada a carregar, pelo resto da vida, a “marca da vergonha”,
a letra “A” na cor escarlate bordada em seu peito. Casada com um inglês que
sumiu no mar há dois anos, Hester se envolve com um homem da comunidade e
engravida, passando a ser evitada por todas as pessoas “de bem” da sociedade.
Obrigada a criar sozinha a filha Pearl, Hester, que a principio se mostra
indefesa, começa a mudar de atitude ao perceber que tudo o que aconteceu
contribuiu para que ela tivesse a sua maior felicidade, a criança que é
obrigada a carregar por todo canto, já que as outras crianças não podiam se
relacionar com o “fruto do pecado”.
”Quando a turba ignorante tenta ver com os próprios olhos, as chances
de engano são enormes”.
Enquanto era humilhada
publicamente, o seu marido desaparecido chega anonimamente à cidade e, como
ninguém o conhecia (só Hester), este assume a identidade de Roger
Chillingworth, médico prático, e a obriga a guardar segredo sobre a sua
identidade, prometendo-lhe que iria descobrir a identidade do pai da criança,
que Hester mantinha em segredo absoluto. Os sete anos seguintes nos quais a
história se passa, hester guardará, enquanto é espezinhada, humilhada e
ignorada por todos os habitantes do lugarejo,
os dois segredos: a identidade do marido e do pai de Pearl, alvo da ira
e da perseguição do Dr. Chillingworth. Em 1995, o livro foi adaptado para
cinema, tendo Demi Moore interpretado o papel de Hester Prynne.
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