“Num mundo maluco, sempre parece mais fácil obedecer”.
Jim Wormold vive na Cuba dos anos
50 pré-revolucionária do ditador Fulgêncio Batista. Inglês, divorciado após a
mulher fugir com outro homem para Miami, vive pacatamente da venda de
aspiradores de pó numa pequena loja de sua propriedade. Mas os seus parcos
recursos não são suficientes para arcar com as despesas da sua caprichosa
filha, Milly, uma jovem de dezessete anos e ultra religiosa. Os problemas de
Wormold parecem se resolver quando ele é procurado pelo Sr. Hawthorne, um
recrutador e alto funcionário do M16, o serviço secreto inglês.
“O ato de luxúria e o ato de amor são sempre os mesmos, e não podem ser
falsificados como um sentimento”.
O Nosso homem em Havana, do escritor inglês Graham Greene, publicado
em 1958 (poucos meses antes da revolução que levou Fidel castro ao poder) não é
um thriller de espionagem como
parece, mas uma paródia sobre a paranoia da Guerra Fria. Recrutado como espião,
mas sem nenhuma experiência no ramo e tendo que enviar periodicamente à Londres
relatórios sobre atividades subversivas, Wormold passa a inventar histórias
mirabolantes. Numa delas, o “espião” envia a planta de uma suposta instalação
de armas secretas baseada em desenhos de aspirador de pó.
“Uma rixa tradicional entre famílias constituiria melhor razão para
assassínio do que o patriotismo ou uma preferência por este ou aquele sistema
econômico”.
E, diante das gordas remunerações
enviadas de Londres, a criatividade do “espião” não conhecia limites, envolviam
pessoas reais que viviam na ilha. Surpreendentemente o M16 acreditava piamente
nas informações passadas pelo seu “homem em Havana” a ponto de enviar uma
secretária, a bela Beatrice, para auxiliar nas decodificações das mensagens. O
problema começa quando as histórias, fruto da imaginação de Wormold, começam a
virar realidade. Apesar da proximidade da revolução Cubana, o assunto não é
abordado, serve apenas como pano de fundo para as atividades do “nosso homem em
Havana”.
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