Publicado em 2007, Louca
por homem – Histórias de uma doente de amor é o sexto livro de Cláudia
Tajes. Graça, a personagem que dá razão de ser ao título, é uma daquelas
mulheres que acreditam que o amor transforma. No caso dela, essa ideia é lavada
ao pé da letra: a cada amor novo, Graça “incorpora” a personalidade do ser
amado. Cada capítulo é destinado a um “causo” de Graça. Mas tão hilário quanto
as histórias de amor contadas pela personagem são os seus diálogos com os pais,
principalmente o pai, que vive tentando “diagnosticar” a filha e sua
personalidade volúvel.
O problema começou bem antes dos amores relatados no livro,
como Graça diz logo no início: “Acho que começou na sétima série, quando me
apaixonei por um canhoto e não tive descanso enquanto não escrevi perfeitamente
com a mão esquerda (...). Ou foi antes, lá pelos oito anos, no instante em que
percebi que um vizinho mais velho só usava roupas vermelhas. Foi o que bastou
para eu ter longas crises de choro cada que minha mãe me ameaçava com um
vestidinho rosa, verde ou amarelo (...)”.
Logo na adolescência, Graça abraçou o judaísmo ortodoxo ao conhecer
Moisés, um também adolescente, filho de um rabino. Ao conhecer Afonso, um
ex-colega de escola que era conhecido como “Sapato de pato”, Graça se tornou
maníaca por higiene. Tornou-se fumante compulsiva com Durval. Despojou-se dos
bens materiais ao conhecer Vander, vendedor de loja e estudante de sociologia.
E casado. Tornou-se atleta e teve um filho com Carlos, um viciado em atividades
físicas que foi para os EUA e nunca mais voltou.
Graça, com os seus amores, é uma metamorfose ambulante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário