Doris May Tayler nasceu no
Curdistão Iraniano, que fazia parte do Reino da Pérsia, então dominado pelo
Império Britânico, em 1919. Como era filha de pais nascidos na Inglaterra,
tinha cidadania britânica. Doris Tayler, que como escritora adotou o
sobrenome do seu segundo marido, Lessing, se tornou conhecida como uma
escritora feminista, mas sua obra fez dela também um ícone para marxistas,
anticolonialistas e militantes antiapartheid. Além da crítica social, Doris
Lessing também se dedicou à ficção científica entre os anos de 1979 e 1983, com a
pentalogia Canopus in Argos.
O seu primeiro romance é de 1950,
A erva canta, uma história que se
passa na Rodésia, país onde viveu, e fala de uma mulher casada com um colono
branco que tem uma aventura com seu criado africano. Apesar das críticas na
Rodésia e na África do Sul (países que baniram a escritora por muitos anos por
causa de suas campanhas públicas contra o Apartheid), o livro tornou-se um
best-seller e revolucionou a forma de mostrar um relacionamento entre raças
diferentes.
Mas o livro mais famoso de
Lessing é O carnê dourado, de 1962, de
marcado tom autobiográfico, sobre uma mulher, Anna Wulf, que busca uma espécie
de honestidade radical, que a liberte da hipocrisia que vive a sua geração.
Esse livrou fez de Lessing um ícone do movimento feminista mundial, algo que
rejeitou veementemente, por achar que o movimento simplificava a relação entre
homens e mulheres. Em 1999, a escritora
rejeitou o título de Dama do Império Britânico por que “já não há nenhum
império”.
Depois de mais 50 livros publicados e de
muitos prêmios literários, Lessing foi agraciada, em 2007, com o prêmio Nobel
de Literatura, que ela recebeu com ironia.
“Como não podiam dá-lo a alguém que já tivesse
morrido, devem ter achado que era melhor darem-mo logo, antes que eu batesse a
bota”, comentaria mais tarde. Doris Lessing morreu no último domingo, dia 17,
aos 94 anos.
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