A forma como Jack London teve a ideia para escrever Antes de Adão, publicado em 1907, é no
mínimo curiosa. Segundo ele, um antepassado seu de milhões de anos aparecia nos
seus sonhos e mostrava-lhe como era a vida na Pré-história. Na obra, a
narrativa se dá exatamente dessa forma: o narrador dorme e sonha com Dentuço (um
ser pré-histórico, que ele acredita ser seu antepassado) e suas aventuras. Esse
narrador acredita que há um “poder” no nosso DNA que nos permite lembrar fatos
acontecidos com um antepassado nosso há milhões de anos.
Dentuço era um habitante da Tribo, seres mais evoluídos do
que o Povo das Árvores, (que ainda viviam num estágio semelhante aos macacos),
mas menos evoluídos que o Povo do fogo, que tinha como principal diferencial
dos outros povos o fato de já ter o controle sobre o fogo. Todos esses povos
viviam em conflitos por comida e território. Na tribo, conhecemos Olho
Vermelho, um sujeito cruel que tinha mais características do Povo das Árvores e
se tornou o maior desafeto de Dentuço que, abandonado pela mãe e pelo padrasto,
resolve conhecer o mundo ao lado de Orelha-de-Abano, seu fiel amigo e se
evolverá em uma série de aventuras.
Nas suas andanças, além de aventuras, Dentuço vais conhecer
Ligeira, por quem se apaixona. Além do amor, o antepassado andante também vai
conhecer o perigo na forma de feras pré-históricas, que tinha em indivíduos
como Dentuço uma dos seus “pratos prediletos”. O local onde a história se passa
é indeterminado e chamado apenas de “Continente”, com rios, florestas e
pântanos. Quando a história se passa também é uma incógnita, sabemos apenas que
“há milhões de anos”. O fato é que, com uma narrativa vívida e ágil, Jack
London consegue fazer com que o leitor sintam os sons e os cheiros da
Pré-história.
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