No último dia 30, a Assembleia Legislativa
de Rondônia aprovou o Projeto de Lei 58/2015 de autoria do deputado Ribamar
Araújo (PT), que estabelece o desconto de 50% para professores na compra de
ingressos em teatro, cinemas e eventos culturais e esportivos. Na sua
justificativa, o deputado enfatizou que isso era o “mínimo” que poderia ser
feito pelos profissionais em educação. É deputado, é o mínimo e desnecessário a
ser feito. Quando não se quer resolver um problema, inventa-se uma esmola. Isso
mesmo! Não se pode interpretar isso de outra forma. É mais uma medida que
somente reforça esse “coitadismo vitimista” com que muitos professores gostam
de ser tratados.
Digo isso por que me custa
acreditar que muitos professores tenham comemorado essa “conquista”. Só acredito
por que a categoria costuma comemorar esse tipo de “avanço”. E exemplos não
faltam! Durante muito tempo estado e prefeituras ofereceram pós-graduação “de
grátis” para os mendigos letrados. Mas se queriam fazer tinha que ser aos
sábados depois de uma semana inteira em sala de aula. É pegar ou largar! Muitos
pegaram felizes da vida. Sair de sala de aula para se aprimorar e deixar os
alunos “desamparados” nem pensar.
Para acabar com o grande número
de professores que tinham apenas o ensino médio foi instituído um programa
chamado de PROHACAP (Programa de Habilitação e Capacitação de Professores
Leigos), parceria das prefeituras e estado com a Universidade Federal de
Rondônia. Para se capacitar mais uma vez “de grátis”, os professores teriam que
participar das aulas aos sábados, depois de uma semana de aulas, para que
nossos “pimpolhos” não se sentissem desamparados e com saudade dos seus
mestres. Foi uma felicidade só! Os nossos governantes por estarem “valorizando”
nossos professores. Os professores por estarem sendo “valorizados”.
Enquanto isso, um deputado federal
rondoniense custa, em média, R$ 1.000,00 (mil reais) por dia aos cofres
públicos. O equivalente à metade do que um professor leva um mês para receber. Isso
é que é valorização! Enquanto isso, vereadores viajam e chegam a receber quase
R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em diárias. O dobro do salário de um professor. Nunca
me senti tão valorizado! Recentemente, o Governo do estado fez uma “reforma”
administrativa criando mais 282 funções gratificadas. Não custa nada lembrar
que o governador relutou em dá uma gratificação de 10% aos professores alegando
que não tinha dinheiro. É muita valorização!
Mas não há do que reclamar! Enquanto
nossos governantes ganham o suficiente para frequentar espetáculos culturais na
Broadway ou em outras paragens mais sofisticadas, nós recebemos a esmola que
nos permite assistir um filminho no shopping, um jogo do Genus no Aluizão ou
algum espetáculo no teatro sem o “habite-se”.
Reclamar do que?
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