Baseado no livro A estratégia de Lilith, do jornalista
Alex Antunes, o filme Augustas, dirigido
por Francisco César Filho, documentarista em sua primeira incursão à ficção,
foi gravado entre março e abril de 2008, majoritariamente na Rua Augusta, e
estreou em julho do ano passado no Festival de Cinema Latino-Americano. A
introdução do filme é feita com um curta de 1968, Esta rua tão augusta, do cineasta Carlos Reichenbach, sobre uma das
vias mais famosas e mais boemias de São Paulo.
O filme narra a vida de um
jornalista, Alex (Mário Bartolotto), morador da Rua Augusta. Demitido do jornal
em que trabalhava e tendo levado um fora da chefe e amante, Alex se embrenha no
submundo da Rua Augusta em busca de respostas para as suas angústias: cortiços,
bares de baixíssimo nível, prostituição e rituais neoxamânicos a base de chás
alucinógenos. Na realidade, Alex comporta-se como um cínico em busca da
satisfação dos seus prazeres, o que faz com que viva uma existência irresponsável
(para a maioria das pessoas).
O curioso é que a Rua Augusta
retratada no filme é atemporal: em meio a carros modernos e celulares, circulam
orelhões vermelhos e fitas VHS. Isso pode ser explicado pelo fato de o livro
que inspirou o filme ter sido escrito no final dos anos 1990. Um filme sobre a
noite paulistana, sobre os dilemas urbanos... Um bom filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário