“Todo espírito de rebanho é refúgio para quem não tem talento”.
Escrito em sua maior parte nas
décadas de 1910 e 1920, Doutor Jivago, do
escritor russo Boris Pasternak, só foi concluído em 1956. Proibido na União
Soviética por rejeitar, segundo os editores do país, os pilares do realismo
socialista, o livro só foi publicado em 1957 na Itália. Para os censores
soviéticos, o personagem que dá título ao livro, o poeta e médico Iúri Andreievitch
Jivago, demonstra mais preocupação com os indivíduos do que com a coletividade.
Com a proibição em território soviético, o livro tornou-se um sucesso no
ocidente, sendo traduzido para dezoito idiomas e recebendo uma adaptação
cinematográfica em 1965.
Tendo como pano de fundo a
Revolução Russa de 1917, a obra conta a história do médico Iuri Jivago, um
jovem descendente de uma família renomada e falida, que se cruza com a história
da jovem Larissa Fiodorovna, ou Lara, de família muito pobre e que se vê
envolvida nas investidas sexuais do amante da mãe. A vida de ambos é repleta de
encontros e desencontros. Os dois se conhecem jovens, mas nunca se falaram, e
suas vidas tomam rumos diferentes, casam e têm filhos até se reencontrarem por
acaso durante a Guerra e serem finalmente apresentados. Claro que, em se
tratando de um romance russo, há muitos mais personagens além do casal.
Talvez isso, mais a quantidade de
lugares e a variação de nomes para a mesma pessoa (depende do grau de
intimidade de quem está falando com o personagem) torna o livro cansativo. Para
se sincero, o livro chato com louvor! Alias, Doutor Jivago faz jus à péssima (e injusta) fama que os clássicos são
chatos. E não estou sozinho nessa! Alguns críticos literários afirmam que o
romance não tem “nenhum verdadeiro enredo” e que “a sua cronologia
é confusa”. Vladimir Nabokov
afirmava que a obra era "uma coisa pobre, desajeitada, banal e
melodramática”. Mas ganhou o Nobel de Literatura em 1958. Como explicar?
Somente a política internacional da época explica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário