“É um pensamento estreito dos seres mais privilegiados do sexo
masculino dizer que as mulheres precisam ficar isoladas do mundo para fazer
pudins e cerzir meias, tocar piano e bordar bolsas”.
Irmã mais velha da consagrada
escritora Emilly Brontë, Charlotte publicou seu primeiro livro, Jane Eyre, em 1847, oito anos antes de
morrer. Aliás, Charlotte morreu muito jovem, aos 39 anos, de tuberculose quando
estava grávida do seu primeiro filho. Além de Jane Eyre, a escritora inglesa escreveu outros dois livros com
protagonistas femininas: Shirley (1849)
e Vilette (1853). O seu único romance
que tem um protagonista do sexo masculino, O
professor, foi escrito na mesma época de Jane Eyre, mas rejeitado pelas editoras. Só seria publicado
postumamente em 1857.
“É bem sabido que os preconceitos são difíceis de serem erradicados do
coração daqueles cujo solo jamais foi revolvido ou fertilizado pela educação”.
Em Jane Eyre, a personagem que dá título à obra é uma jovem que tem um
comportamento pouco convencional de acordo com a rígida sociedade vitoriana. Órfã
de pai e mãe, Jane mora com a tia e seus nada adoráveis primos, que a maltratam
constantemente. Além de não ser filha legítima da dona da casa, Jane não era
dotada de atributos físicos, o que gerava todo o desprezo dos membros da
família. Tudo começa a mudar para Jane quando o farmacêutico, ao atender a
jovem (o médico só era chamado para atender os membros da família), aconselha a
senhora Reeds, a tia, a mandar Jane para um internato barato e sem grandes
atrativos.
“Onde há energia para exercer uma ordem, a obediência nunca falha”.
Nos oito anos seguintes, Jane
terá uma formação que lhe permitirá tentar viver independente, o que era quase
impossível para uma mulher na época. Um anúncio de jornal oferecendo um emprego
de professora de uma criança irá mudar a sua vida completamente. A autora publicou
esse livro pela primeira vez usando um pseudônimo. Quando sua verdadeira
identidade foi revelada, causou escândalo. Charlotte retrata em Jane Eyre a condição da mulher na
Inglaterra do século XIX, onde acreditava-se que a mulher só conseguiria ser
feliz e respeitável através do casamento e da maternidade. Charlotte Brontë
mostrou para todos que não.
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