A trilogia O século, do
escritor britânico Ken Follett, é uma obra densa e volumosa que ultrapassa os
principais eventos do século XX através da trajetória de cinco famílias de
cinco nacionalidades diferentes: inglesa, galesa, alemã, norte-americana e
russa. Follett, correndo todos os riscos intrínsecos a essa prática, entrelaça
personagens reais e fictícios, deixando a esses a tarefa de contar os eventos
históricos de forma mais humana e menos heroica.
O primeiro volume da obra, Queda de gigantes, de 2010, compreende o período de 22 de junho de
1911 a janeiro de 1924. Ou seja, o frágil equilíbrio do mundo que vai
desembocar em acontecimentos históricos como a Primeira Guerra Mundial e a
Revolução Russa vai misturar personagens reais como Lênin, Trotsky, o rei
inglês Jorge V, o kaiser Guilherme e o presidente americano Woodrow Wilson a
personagens fictícios como os irmãos russos Peshkov, o adolescente inglês Billy
Willians e o jovem alemão Valter Von Ulrich. Sem contar o jovem norte-americano
Gus Dewar e os Fitzhebert, aristocratas ingleses proprietários de minas de carvão.
Todos os personagens, fictícios ou não, tendo seus destinos entrelaçados pelos
ventos da história.
O segundo volume da trilogia, Inverno do mundo, de 2012, retoma as vidas das cinco famílias a
partir de 1933 e vai até 1949. Aumentadas pela segunda geração de personagens,
filhos dos personagens do primeiro volume, as famílias vão se deparar com a grande
depressão econômica, provocada pela quebra da Bolsa de Nova York; com a Guerra
Civil Espanhola; com a ascensão de Hitler ao poder na Alemanha; com a tensão no
mundo que antecede a Segunda Guerra e com a própria guerra. Agora, os personagens históricos presentes
são Hitler, Stalin e Goebbels, que decidirão sobre a vida e a morte dos
personagens fictícios de Follett.
O terceiro livro da trilogia, Eternidade por um fio, de 2014, começa em 1961, pouco antes da
construção do muro de Berlin, e vai até a posse de Barack Obama para o primeiro
mandato, em novembro de 2008. Tendo como pano a Guerra Fria, aborda o luta dos
negros americanos por direitos civis e o colapso da URSS. Estamos na terceira
geração das famílias que começamos a seguir no primeiro volume da trilogia e,
supreendentemente, a história não perde o fôlego. Do sul racista dos Estados
Unidos aos rincões frios da Sibéria, da socialista Cuba às civilizadas ruas de
Londres dos anos 60, Ken Follett encerra com maestria e fôlego para mais um livro
a sua trilogia, contando a história de pessoas que acreditaram nos seus sonhos
e mudaram o mundo.
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