Santa Bárbara d’Oeste, no
interior de São Paulo, é uma cidade que não enfrenta os problemas que a maioria
dos centros urbanos brasileiros enfrenta. Lá, todo o esgoto é captado e
tratado, todas as casas são abastecidas com a água tratada, os pais não
enfrentam problemas em encontrar vagas nas escolas para seus filhos, os
estudantes tem merenda de primeira qualidade e professores bem remunerados, os
postos de saúde têm atendimento de primeiro mundo. Enfim, é um paraíso
encrustado num inferno chamado Brasil.
Não conheço Santa Bárbara d’Oeste
e confesso que não fiz nenhuma pesquisa para chegar a tais conclusões. O que me
fez chegar a diagnóstico tão positivo foi o projeto de lei do vereador Carlos
Fontes (PSD) que proíbe a implantação de chips em moradores do município. Prevendo
a proximidade do fim do mundo, o edil chamou
para si a responsabilidade e a nobre missão de impedir uma “ordem mundial
satânica”, onde todos serão rastreados. Pasmem, Isso é verdade! E não é necessário dizer que o vereador é
evangélico. E não é necessário dizer também que foi eleito com os votos dos
seus “irmãos de fé”, que esperam que o eleito trabalhe.
Tentando mostrar trabalho, o
senhor Carlos Fortes resolveu jogar para a plateia e, o que é pior, com a ignorância
da plateia. Somente isso justifica um projeto de lei bizarro, estapafúrdio, esdrúxulo,
doidivanas. Embriagados com a fé dos púlpitos e com a boa retórica dos
pastores, os pobres irmãos de fé do edil vão se sentir protegidos pelo projeto
de tão atuante vereador, que os pouparão de serem amaldiçoados pela “marca da
Besta”. Não sabem os ignorantes que as “bestas” são eles. Isso é o Brasil...
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