Desmatamento, queimadas,
escândalos políticos, operações da Polícia Federal, parlamentares presos ou
cumprindo pena. Isso é a cara de Rondônia! Alguns corações sensíveis (e
ingênuos) podem querer achar algo positivo que melhor represente esse estado
perdido nos rincões da Amazônia, mas acho difícil.
Só se for o Rio Madeira! Mas até
ele anda rebelde, tentando lavar a podridão da capital do estado com suas águas
barrentas. Ou algum outro pedaço de mata perdido no interior do estado! Pode
até ser, mas não deixem o homem pôr a mão, vai apodrecer, como o resto do
estado.
De uns tempos para cá, tem vindo
à tona as declarações do ex-secretário de saúde do estado, José Batista da
Silva dadas à Policia Federal. Se o que se está a olhos vistos já nos leva a
acreditar que Rondônia é algo parecido com uma lixeira, quando se fica sabendo
o que ocorre nos bastidores nos leva a crer que Rondônia é, sem titubear, o
esgoto político do Brasil.
Segundo Batista, dos 24 deputados
estaduais 22 foram “comprados” pelo governador. Tão revoltante quanto a compra
em si, foi a forma com ela se deu: somente na Secretaria de Saúde foram
extintos 402 cargos, o que comprometeu alguns serviços, para serem criados outros
800 que foram loteados entre os deputados. Detalhe: os indicados dos deputados
não precisariam comparecer ao trabalho. Cada deputado tinha uma “cota” de R$
40.000,00 mensais em cargos comissionados.
Mas demitir quem estava
trabalhando para colocar quem não vai trabalhar não era a única forma de
comprar as “prostitutas”. Outra forma era o loteamento de contratos de
prestações de serviços. Um desses deputados, Jean Oliveira (PSDB), filho de um
ex-presidente da Assembleia que coleciona condenações na justiça, possui um
contrato de lavagem de roupas hospitalares de 950 Kg/dia e queria aumentar para
5 toneladas/dia. Segundo Batista, diante da sua recusa em aumentar a quantidade
de roupas a serem lavadas diariamente alegando que pessoas estavam “morrendo no
chão dos hospitais”, o deputado afirmou que “não tem parente meu no chão de
hospital”.
Na Câmara de Vereadores de Porto
velho, esporadicamente “indignados” edis ameaçam abrir um processo de
investigação contra o ativo prefeito Mauro Nazif. Morro de curiosidade para
saber quais os “argumentos” que o prefeito usa para “convencer” os valorosos
vereadores e impedir, em todas as ocasiões, que o processo que poderia custar
seu cargo seja aberto.
Nessa imensa lixeira chamada
Rondônia, as prostitutas e michês não estão apenas nas calçadas ou nos clubes
privês, mas também em respeitáveis gabinetes, vestindo roupas caras e
elegantes, usando joias e tratando, uma aos outros, de excelência.
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