segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Uma lixeira chamada Rondônia

Desmatamento, queimadas, escândalos políticos, operações da Polícia Federal, parlamentares presos ou cumprindo pena. Isso é a cara de Rondônia! Alguns corações sensíveis (e ingênuos) podem querer achar algo positivo que melhor represente esse estado perdido nos rincões da Amazônia, mas acho difícil.
Só se for o Rio Madeira! Mas até ele anda rebelde, tentando lavar a podridão da capital do estado com suas águas barrentas. Ou algum outro pedaço de mata perdido no interior do estado! Pode até ser, mas não deixem o homem pôr a mão, vai apodrecer, como o resto do estado.
De uns tempos para cá, tem vindo à tona as declarações do ex-secretário de saúde do estado, José Batista da Silva dadas à Policia Federal. Se o que se está a olhos vistos já nos leva a acreditar que Rondônia é algo parecido com uma lixeira, quando se fica sabendo o que ocorre nos bastidores nos leva a crer que Rondônia é, sem titubear, o esgoto político do Brasil.
Segundo Batista, dos 24 deputados estaduais 22 foram “comprados” pelo governador. Tão revoltante quanto a compra em si, foi a forma com ela se deu: somente na Secretaria de Saúde foram extintos 402 cargos, o que comprometeu alguns serviços, para serem criados outros 800 que foram loteados entre os deputados. Detalhe: os indicados dos deputados não precisariam comparecer ao trabalho. Cada deputado tinha uma “cota” de R$ 40.000,00 mensais em cargos comissionados.
Mas demitir quem estava trabalhando para colocar quem não vai trabalhar não era a única forma de comprar as “prostitutas”. Outra forma era o loteamento de contratos de prestações de serviços. Um desses deputados, Jean Oliveira (PSDB), filho de um ex-presidente da Assembleia que coleciona condenações na justiça, possui um contrato de lavagem de roupas hospitalares de 950 Kg/dia e queria aumentar para 5 toneladas/dia. Segundo Batista, diante da sua recusa em aumentar a quantidade de roupas a serem lavadas diariamente alegando que pessoas estavam “morrendo no chão dos hospitais”, o deputado afirmou que “não tem parente meu no chão de hospital”. 
Na Câmara de Vereadores de Porto velho, esporadicamente “indignados” edis ameaçam abrir um processo de investigação contra o ativo prefeito Mauro Nazif. Morro de curiosidade para saber quais os “argumentos” que o prefeito usa para “convencer” os valorosos vereadores e impedir, em todas as ocasiões, que o processo que poderia custar seu cargo seja aberto.
Nessa imensa lixeira chamada Rondônia, as prostitutas e michês não estão apenas nas calçadas ou nos clubes privês, mas também em respeitáveis gabinetes, vestindo roupas caras e elegantes, usando joias e tratando, uma aos outros, de excelência.


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