Viajar é bom. Depois de 11 meses trabalhando, com o stress ultrapassando todos os limites, dá uma relaxada é necessário. Mas antes de relaxar será necessário passar pela última aporrinhação: a viagem, que só não é mais stressante do que o ano de trabalho. São nessas horas que torcemos para que a ficção científica se torne realidade e a tele transposição seja possível. Seria bem prático. Num piscar de olhos está no seu destino. Nos pouparia uma boa e desnecessária dose de aborrecimentos. Enquanto isso vamos averbando os contratempos da viagem às férias, na vã esperança de compensar nos trinta dias restantes.
A dor de cabeça logo no check in, quando temos que enfrentar uma fila enorme sem saber se será possível embarcar, já que as empresas aéreas, na alta estação, vendem mais passagens do que a capacidade da aeronave. Vencida essa etapa, vem outra, mais demorada, incômoda e dolorida: enfrentar a poltrona do avião. Acho que o útero materno é mais espaçoso. Sobra perna e falta espaço. Sobram dores nas costas e falta espaço. Não adianta tentar achar uma posição confortável, você só irá encontrá-la fora do avião. O avião é uma lata de sardinha que voa e o passageiro, uma sardinha em trânsito.
As vantagens do avião em ralação ao ônibus são o tempo e a segurança. As distâncias diminuem quando viajamos pelos ares e os índices de acidentes são bem menores do que nas estradas brasileiras. E só! As empresas de ônibus têm investido muito no conforto dos passageiros nas viagens de longa distância, inclusive com serviço de bordo. Já nos aviões, o espaço entre as poltronas nos obriga a exercícios de contorcionismo. Quando alguém acima do peso senta ao teu lado tomando trinta por cento da sua poltrona, a coisa fica insustentável. É nessas horas que renascem as esperanças em Papai Noel e a vontade de pedir pra 2012 um ônibus que voa.
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