segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pulp – Charles Bukowski


“O inferno era o que a gente fazia dele”.
Pulp é o ultimo e mais atípico dos romances de Bukowski. Não é autobiográfico e o protagonista não é o alter-ego do autor, Henry Chinasky.  Concluído alguns meses antes da morte do autor, em 1994, o romance é uma mistura de história noir de detetive, subliteratura e filmes B, porém é impossível não observar as marcas registradas do “escritor maldito”, como os palavrões, o humor ácido e as reflexões pessimistas sobre a vida.
“A insanidade é relativa. Quem estabelece a norma?”
No sexto e último romance de Bukowski somos apresentados a Nick Belane, um detetive beberrão, encrenqueiro e de maus modos, autointitulado o “melhor detetive de Los Angeles”. Com uma tendência para resolver casos no mínimo inusitados, Belane é contratado por uma certa Dona Morte para encontrar um homem chamado Celine, que vem a ser o escritor francês maldito, falecido em 1961, que influenciou Bukowski.
“A vida dos escritores era mais interessante do que os livros deles. Hoje, nem a vida nem a literatura são interessantes”.
Enquanto tenta achar o falecido escritor, Beline é contratado por um marido desconfiado para descobrir se a sua esposa é adúltera. Sendo o “melhor detetive de Los Angeles”, Beline só consegue flagrá-la uma vez na cama com um homem: o próprio marido. Outra missão inusitada de Beline é livrar um vendedor de caixões de um extraterrestre que o domina. O problema é que o extraterrestre é uma exuberante mulher que também domina Belane.
“Não era o meu dia. Nem minha semana. Nem meu mês. Nem meu ano. Nem minha vida. Porra”.
Mas a missão mais difícil de Belane é encontrar o Pardal Vermelho. Mas o que vem a ser o Pardal vermelho? Entre as bebedeiras e as trapalhadas de Belane você descobrirá. Mas antes verá a forma desdenhosa como Bukowski via a vida humana. A presença de um personagem que simbolizava a morte pode ser um indício de que o “velho Buck” sabia que estava em seus últimos suspiros.     

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