”Sei que não sou um garoto de dez anos comum”.
Não gosto de histórias
edificantes, elas não parecem verossímeis. Então por que ler Extraordinário, primeiro romance da
escritora norte-americana R. J. Palacio, publicado em 2012? É uma obra indicada
para trabalhar com adolescentes em sala de aula, pois discute valores como a
amizade, a gentileza, a família e, principalmente, debate um tema tão em voga
hoje, o Bullying. Portanto, não é o tipo de obra que eu leia para meu
enriquecimento intelectual ou como passa tempo, li por que fui obrigado pelos
“ossos do ofício”. Isso não que dizer que o livro não tenha seus méritos. Vamos
a ele...
“Sinto saudades de ser um bebê e de não saber das coisas”.
August Pullman, chamado também de
Auggie, nasceu com uma síndrome rara que deixou seu rosto deformado. Até os dez
anos a família tratou de educá-lo em casa para evitar problemas na escola com
outros garotos por causa da sua aparência. No entanto, no ano em que sua irmã
mais velha, Olivia, ingressou no Ensino Médio, seus pais resolveram
matriculá-lo numa escola. A ideia, a princípio, não é bem recebida pelo garoto,
mas uma visita à escola o faz mudar de opinião. É na escola que Auggie vai
descobrir o quanto cruel o ser humano sabe ser, usando de todos os artifícios
para humilhar, segregar, descriminar e torturar todos aqueles que são julgados
“diferentes”.
“– Por que tenho que ser tão feio, mamãe? – murmurei.
- Não, querido, você não é...
- Eu sei que sou.”
O livro tem uma narrativa fácil,
já que é voltado para um público entre 10 e 15 anos, e a história é contada de
diferentes pontos de vista. Cada capítulo tem um narrador. Além do próprio
Auggie, é possível saber o que pensam sua irmã mais velha, Olívia, o namorado
dela, Justin, um dos melhores amigos de Auggie, Jack, entre outros personagens.
Como se vê, o fato de não gostar de histórias edificantes não quer dizer que o
livro não seja bom, naturalmente. Apenas não é bom pra mim! Mas vale a pena
fazer com que a nova geração leia e aprenda valores tão pouco utilizados nos
dias de hoje, como o respeito às diferenças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário