”Por que lembrar-se de
Leona era também – de certo modo – recordar os olhos da sua mãe, a fúria de seu
pai, a beleza de sua irmã”.
Romance publicado em 1962, em Numa terra estranha, James
Baldwin une dois temas que lhe são muito caros, os direitos dos negros e da
minoria gay. A história divide-se em três partes e se passa no Greenwich Village
nos anos 50, num cenário de jazz, drogas, orgias e homossexualidade. Era nesse
ambiente que vivia Rufus Scott, um jovem baterista negro que tinha problema de
auto aceitação, problema que se agrava quando ele resolve morar com Leona,
branca, alcoólatra, três filhos e que tinha fugido do marido por causa da sua
violência.
"O inconveniente de
uma vida secreta é que muitas vezes, ela é um segredo para quem a vive, mas não
o é em absoluto para as pessoas a quem encontra”.
A sensação de inferioridade
vivida por Rufus pelo fato de Leona ser Branca, leva-o a maltratá-la. Com a
ajuda de Vivaldo, escritor não publicado e amigo de Rufus, Leona foge, o que
leva o jovem baterista ao suicídio. A morte de Rufus irá chocar seus amigos
Vivaldo, Richard, escritor, e sua esposa Cass, mas provocará a aproximação de
Vivaldo com a irmã do falecido, Ida, que iniciarão uma relação infrutífera por
falta de compreensão mútua. A mulher negra numa relação com um homem branco, a
repetição da relação de Rufus, só que invertida. Essa relação será o centro da
trama na segunda parte do livro.
“O objetivo do sonhador,
afinal de contas, é seguir sonhando sem ser molestado pelo mundo. Seus sonhos
são a sua proteção contra este. Mas os objetivos do mundo são opostos ao do
sonhador, e o mundo tem dentes afiados".
Outro
que entra na Trama é Eric Jones, ator famoso e primeiro amante de Rufus,
retorna a Nova York após uma temporada na França, onde se envolveu com o jovem
Yves, a quem prometeu levar para os Estados Unidos para viverem juntos. O
problema é que Eric vai se envolver com Cass, casada com Richard, mesmo ambos
sabendo que a relação não será duradoura por causa da homossexualidade de Eric
e a iminente chegada de Yves.
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