Prêmio Nobel de Literatura de
1976, o escritor judeu, filho de imigrantes russos, nascido no Canadá, mas
naturalizado norte-americano Saul Bellow expressou na sua obra todos os
aspectos da vida do povo que imigrou para a América logo depois da Segunda
Guerra Mundial: a sua ascensão a um lugar de poder, a angústia moral dos que
sobreviveram ao Holocausto e a visão que esses judeus tinham da América urbana
contemporânea. Conexão Bellarosa, seu
décimo quarto romance, publicado em 1989, não é diferente.
Harry Fonstein foi salvo de uma
prisão nazista e da execução certa pelo produtor da Broadway Billy Rose, que
mantinha uma organização secreta durante a Segunda Guerra com esse intuito.
Anos depois, já nos Estados Unidos, Rose se torna uma celebridade do show business e Harry, já um homem rico,
tenta de todas as formas um encontro com seu benfeitor, sendo sistematicamente
rechaçado. Sua mulher, Sorella, vendo o marido com o orgulho ferido devido a
recusa, determina que o encontro dos dois terá que acontecer de qualquer jeito.
Narrado por um personagem
anônimo, fundador de um instituto de memorização que fez fortuna ministrando
palestra para executivos e amigo do casal Fonstein, ele tenta, contando a
história, recuperar a sua própria memória, que começa a falhar. Escrita na fase
final da sua vida, essa novela é um exemplo da extrema fluidez da escrita de
Bellow, mas também uma reflexão sobre o ser judeu na América.
Nenhum comentário:
Postar um comentário