Tudo começou com a Campanha do
Dia dos Namorados do Boticário, que mostra casais heterossexuais e homossexuais
trocando presente. Logo veio a histeria gospel! Protestos e ameaças de boicote
aos produtos da marca estouraram nas redes sociais. Teve gente até que recorreu
ao Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitário) para reclamar
que a propaganda é “desrespeitosa à sociedade e à família”.
Outros recorreram ao Reclame
Aqui, site de reclamações de atendimento online. Um desses reclamantes disse
que "O Boticário perdeu a noção da realidade, empurrando essa propaganda
que desrespeita a família brasileira. Não tenho preconceito (não?!) mas (o
problema é a maldita conjunção adversativa) acho que a propaganda é
inapropriada para a TV aberta, a partir de hoje não compro mais nem um só
sabonete lá e eu era cliente". Imagine se tivesse preconceito o que não
faria...
Mas vamos tentar desvendar o que
poderia ser isso o que nossos caros cidadãos desprovidos de preconceitos chamam
de “família brasileira”. Talvez fosse um homem e uma mulher que casam, colocam
duas ou mais crianças no mundo, se desinteressam daquele sexo insípido que
vinham fazendo uma vez por mês, aí ela arruma um e ele arruma uma. Mais tarde,
eles pegam os “frutos do amor” e despejam naquele depósito que comumente
chamamos de escola, na vã esperança de que o tal depósito faça o que eles nunca
fizeram: educar os “frutos da família tradicional brasileira”. Como
consequência, temos isso que chamamos de “sociedade brasileira”, um aglomerado
de seres intelectualmente pouco dotados.
Depois do episódio da propaganda
do Boticário, veio a Parada Gay, em São Paulo, em que uma transexual desfilou
“crucificada” para protestar contra a homofobia. Não necessário dizer que ela
foi xingada na web e o pastor metrossexual Marco Feliciano não deixou passar a
oportunidade de, mais uma vez, atacar o movimento LGBT e fazer uma
autopromoçãozinha básica. Ninguém se preocupa com o fato de que a cada 27 horas
um homossexual foi assassinado ou cometeu suicídio no Brasil em 2014, segundo o
Grupo Gay da Bahia, mas se sentem ofendidos quando alguém usa uma imagem
supostamente “sagrada” para fazer um protesto contra essa violência.
É notório que a crença em um
suposto deus ou equivalente não é salutar para sociedades que almejam um mínimo
de crescimento intelectual e cientifico. Crer numa divindade é cômodo e necessário para
aqueles indivíduos desprovidos de recursos intelectuais, que temem viver por sua
conta e risco e precisam da “tutela” de um ser imaginário. Por outro lado, é
cômodo também para quem quer tirar proveito dos incautos e usar o “temor” a
esse mesmo ser em benefício próprio.
Por isso que, para aqueles que
realmente sentem a necessidade de frequentar uma igreja, sugiro a 1ª Igreja da
Maconha, fundada em março último em Indiana, nos EUA, que tem como preceitos
básicos o amor, a compaixão e a ajuda ao próximo. O primeiro dos 12 mandamentos
da Igreja resume com precisão o que as outras igrejas deveria fazer: “Não seja
um idiota. Trate todos igualmente e com amor.”
Que deus e a maconha são drogas
igualmente prejudiciais ao ser humano, não duvido. Aquela afeta a capacidade de
discernimento; essa ataca pulmões, coração e cérebro. Aquela, não só legal, mas
protegida por lei; essa, vivendo num limbo legal, onde não é crime consumi-la,
mas não está liberada. Em resumo, duas drogas que a humanidade viveria muito
bem sem elas.
Cristãos e maconheiros se
intoxicam com suas drogas. Porém, de qualquer forma, os maconheiros deixam um
recadinho bem mais positivo para Felicianos e Malafaias...
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