Ao lado do estupro, o sequestro
se configura um dos crimes mais cruéis cometidos pelo homem. Além da violência
física desmedida, a pressão psicológica sobre as vítimas e seus familiares é
algo absurdamente desumano. Isso fica evidente em Sequestro (2009), do diretor Wolney Atalla, vencedor dos prêmios de
melhor documentário e melhor diretor na 10ª edição do Festival de Beverly
Hills, em 2010, disputando com outras 50 produções internacionais. Prêmio mais
do que merecido, o documentário é muito bom.
Durante quatro anos, Atalla e sua
equipe acompanharam de perto o trabalho dos policiais da Divisão antissequestro
(DAS) da Polícia Civil de São Paulo. Mostra não apenas as investigações,
táticas e ações dos policiais da DAS, algo inédito, mas também a aflição dos
familiares das vítimas durante as negociações. Dentre os casos citados no
documentário, estão os sequestros do empresário Abílio Diniz e do publicitário
Washington Olivetto.
Mas o mérito do filme (entre
outros) é focar no sequestro de pessoas comuns, Cléber, José Ibiapina, Anderson
e uma garotinha de seis anos. Em muitos momentos, o filme causa comoção, como
no resgate da garotinha ou de um rapaz de 20 anos, filho de um empresário. Em
outros, causa revolta, como o depoimento da vítima que foi estuprada no
cativeiro. Atalla entrevistou também o policial que não aguentou a rotina da
DAS e sofreu um AVC, criminosos e a mãe de um sequestrador. Um documentário bem
feito sobre um submundo inacessível a quem não é obrigado a ter contato com
ele. Imperdível!
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