O escritor inglês Graham Greene
tem mais de 30 livros publicados, a maioria a maioria tendo como tema a
situação política de países de países periféricos, como Cuba, Haiti ou países
da América do Sul. Tendo começado a carreira como jornalista, viajava muito
para países longe da Inglaterra, que ele chamava de “lugares selvagens e
remotos”. Muitas dessas viagens serviram de inspiração para seus livros, como Nosso homem em Havana (1958).
No caso de O cônsul honorário, publicado em 1973, a história se passa na
região do Rio da Prata, durante a ditadura de Alfredo Strossner, quando o Cônsul
Honorário inglês é sequestrado por um grupo guerrilheiro paraguaio, que o
confundiu com o embaixador americano. O problema é que Charley Fortnum era um
embaraço para a diplomacia britânica: alcoólatra, casado com uma ex-prostituta quarenta
mais nova, já foi visto hasteando a bandeira do Reino Unido de cabeça para
baixo e exercia suas funções de cônsul sem nenhuma dignidade.
Ou seja, não interessava à Coroa
inglesa que Fortnum saia ileso desse episódio. Ironicamente, o único que se
movimenta para tentar resgatar o cônsul é o jovem Edward Plarr, amante de
Clara, esposa do cônsul. Mas o que Plarr quer na realidade é descobrir o
paradeiro do seu pai, desaparecido quando ele era criança e provavelmente preso
pela polícia política. Mas o alvo da trama de Greene não é o enredo em si, mas a
torpeza, os vícios e os segredos de personagens como Aquino, o poeta que
escreve sobre a morte; León, o padre que renegou a Igreja e virou guerrilheiro;
Saavedra, o intelectual fora de moda; e até mesmo a ingenuidade de Plarr.
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