“Dinheiro é como sexo. Parece muito mais importante quando a gente não
tem...”
Sem metáforas, sem alegorias.
Assim são os diálogos de Bukowski. E é nessa simplicidade que reside a
genialidade do velho Buk. Em Hollywood, quinto
romance do autor, não é diferente. Nele, Henry Chinaski, um escritor de contos
e poesias, recebe um convite para escrever um argumento para um filme de
longa-metragem. Apesar de ter aversão ao cinema e à pompa Hollywoodiana,
Chinaski topa o trabalho por causa dos vinte mil dólares prometidos e pagos. E
não esconde isso de ninguém.
“Contar histórias repetidas vezes parece tornar elas mais reais do que
devem ter sido.”
A reação dos fãs não é positiva.
Muitos o acusam de ter se vendido. O que ele não nega. Bukowski tenta levar a
discussão para o fato de seu alterego conseguir manter ou não sua autenticidade
mesmo trabalhando por dinheiro. A linguagem e o estilo do próprio livro mostram
que não. O velho Bukowski continuou o mesmo, com sua linguagem crua e
desconcertante, o seu (mau) humor ácido e sua sinceridade que beira a
deselegância.
É publico que Bukowski tinha
aversão ao cinema e a Hollywood e o romance foi escrito a partir da experiência
vivida por ele em meados dos anos 80, quando foi convidado a escrever para o
cinema. O velho Buk aceitou por dinheiro. E não escondeu isso de ninguém. Não é
preciso dizer que Hollywood, a
exemplo de toda a sua obra, é extremamente autobiográfico. Independente do tema
abordado, sempre vale a pena ler Charles bukowski.
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