No século XVII, o filósofo inglês Thomas Hobbes afirmava que o homem, no seu estado natural “é lobo do próprio homem”. Portanto, seria necessária a existência de um Estado forte pra refrear a violência natural do homem. No século seguinte, o filósofo suíço Jean-Jacques Rousseau dizia que o homem é naturalmente bom, sendo corrompido, posteriormente, pela sociedade. Quem está certo? O homem é naturalmente bom ou naturalmente mal? O psicólogo canadense, Steven Pinker, afirma que Hobbes está certo: o homem é naturalmente mal. Mas, ao mesmo tempo, afirma que vivemos a época de menor violência dos últimos 5.000 anos, levando em conta a relação com o total da população.
Pinker afirma que a violência foi um traço marcante no processo evolutivo humano. Para sobreviver às feras, caçar e na disputa por parceiras para o acasalamento, ser violento era imprescindível. Pinker ainda afirma que a violência é tão marcante que a crianças são muito violentas até os dois anos de idade na disputa por espaços e brinquedos e que aprendem a ser menos violentas com a maturidade. Segundo ele, pesquisas mostram que entre 70% e 90% dos homens já pensaram em matar alguém. Entre as mulheres, esse número varia de 40% a 60%. Faz sentido. Se observarmos, adoramos tudo que tem violência: filmes, games, esportes. Como somos coibidos de usar a violência, buscamos canalizá-las de outras formas.
A outra tese de Pinker, a de que passamos pelo período de menor violência dos últimos 5.000 anos, parece está em franca contradição com a teoria exposta no parágrafo anterior e com a violência que estamos vendo, como os atentados terroristas de 2001, a Guerra do Iraque, o massacre na Noruega, entre outros. Pinker afirma que o passado humano não foi como alguns querem crer, bucólico, pastoril e pacífico. Ao contrário, o mundo era muito pior do que é agora, com muitos massacres promovidos por inimigos. Mas o que fez a violência diminuir se o homem é naturalmente violento? Segundo Pinker, o processo civilizatório, com o advento do estado, a institucionalização da justiça e a difusão e o aprimoramento da cultura refrearam a maldade humana. O psicólogo canadense frisa que a sua tese não afirma que não exista violência, mas que apenas seus índices são menores do que no passado.
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