O governo americano tem fechado o cerco à maconha medicinal. Mesmo a lei federal considerando a posse e a venda de maconha como um crime grave, inclusive para uso medicinal, a Califórnia e mais 15 estados encontraram brechas na lei e criaram programas que a permitem para esse fim. O setor, que movimenta bilhões de dólares por ano, vem sendo acossado por promotores que invadiram e ameaçaram tomar a propriedade de dezenas de produtores e farmácias na Califórnia. Como também o Internal Revenue Service (a receita federal americana) vem onerando os impostos de farmácias do ramo. A lei americana é intransigente com relação à maconha.
Vários países discutem a viabilidade de legalizar ou não a maconha. Aqui no Brasil a legalização ou pelo menos flexibilização da legislação referente à maconha tem como um dos defensores o ex presidente Fernando Henrique Cardoso. Duas constatações: primeiro, maconha é droga e faz mal; segundo, somente a repressão não resolve o problema. Façamos um paralelo com o tabaco e a álcool, ambos drogas que não são proibidas. No caso do tabaco, o governo vem obtendo sucessos através de taxação do produto, campanhas e leis anti fumo. De 1989 a 2010, a proporção de fumantes acima de 18 anos caiu de 34,8% para 15,1%, segundo dados do Ministério da Saúde e do IBGE. Essa evolução aconteceu sem a adoção de leis que proíbam o tabaco. E a cada dia que passa o cerco aos fumantes se fecha.
No caso da bebida alcoólica, o sucesso é irrisório ou nenhum. O combate do governo à bebida alcoólica restringe-se ao trânsito, com o endurecimento da lei relacionada ao motorista que bebe e dirige. Por que as leis anti fumo “pegam” e as leis relacionadas ao consumo da bebida alcoólica, não? Uma lei para “pegar” tem que ter a simpatia da sociedade. O cigarro não inspira tanta simpatia como a bebida, então as leis que o restringe tem mais aceitação. Com a relação à bebida, a população resiste a cumpri-la. O povo gosta de uma cervejinha! Resta saber qual o grau de “simpatia” da população à maconha.
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