Um site estrangeiro (onepoll.com) divulgou uma pesquisa que o homem pensa treze vezes em sexo durante o dia. A mulher apenas cinco. Li isso num blog chamado “Testosterona”. Estava eu no trânsito hoje e me lembrei disso. Disso e de outra história. Sabemos que o trânsito é o melhor lugar para pensar em bobagens. Como não conseguimos fazer o carro andar, a memória que habita nosso cérebro começa a funcionar. Ela anda, divaga. O carro, não. O carro vira um divã. E nós, analistas de nós mesmos. Acabei por descobrir a autoanálise! Em minhas reflexões automotivas, cheguei à conclusão que o homem não apenas pensa mais em sexo (conforme a pesquisa do site acima, eu não tenho nenhum embasamento científico para justificar a minha afirmação), mas também sente mais necessidade de contar as aventuras aos amigos inflacionando os seus feitos.
Vamos a nossa historinha a que me referi lá no começo. Uns dez anos atrás eu trabalhava com um sujeito. Ele professor de geografia e eu de história. Tínhamos uma aluna à noite que era um espetáculo. Aquele tipo de mulher que chamava a atenção de tão bela, entre outros atributos. Alta, loira, linda. E casada! Era uma mulher cobiçada por todos: alunos, professores, funcionários administrativos, o cantineiro, o vendedor de pastéis da esquina. Enfim, todos. Certo dia esse meu conhecido chega empolgadíssimo e, aos sussurros, me conta que saiu com a cobiçada. Contou-me as peripécias de ambos. Pela história contada, o negócio foi de parar a lua! Ambos eram verdadeiros atletas sexuais. Senti-me frustrado duplamente: não me sentia capaz de tal desempenho (afinal o desempenho foi sobre-humano) e nem de conquistar um espetáculo de mulher como aquela.
O tempo passa. Uns anos depois encontro numa fila de banco uma professora que nos conhecia e também era conhecida da mulher maravilha lá. Conversa vem, conversa vai, não sei como chegamos ao atleta de alcova lá da geografia. E também, não sei como, chegamos à mulher maravilha. Nesse ponto a nossa amiga comete uma inconfidência: o Superman dos motéis, o triatleta da volúpia, o incrível Hulk da lascívia brochou! A cobiçada ficou furiosa com a desdita e não hesitou em contar o ocorrido às amigas. Por um lado, isso reforçou a minha tese de que os homens adoram falar das suas aventuras sexuais, de preferência exagerando nas tintas. Por outro, enfraqueceu-a, pois as mulheres também falam, de preferência raspando a tinta do garanhão. Ambos só pensam naquilo: a melhor forma de contar como tudo aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário